Esta tragédia não têm fim, parece avolumar-se de ano para ano, provocada
pelas guerras e pela ganância, bruteza e imoralidade dos homens,
sobretudo dos que têm poder e mandam nos países e nos destinos dos
povos, que não protegem, antes exploram e enviam para a morte.
Reportagem Renascença: A Sul da Sorte:
Milhares de pessoas atravessam todos os dias o Mediterrâneo a caminho da Europa. É à Sicília que chega a maioria dos migrantes que sobrevivem à travessia do mar. Nesta história há um continente que se move e uma Europa ainda à procura da melhor forma de lidar com o fenómeno.
Blogue da escritora Deana Barroqueiro sobre o desrespeito dos direitos humanos e a violência contra mulheres e crianças.
Romance: Tentação da Serpente
Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.
"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.
12 fevereiro 2015
02 fevereiro 2015
Faltam mulheres na China para casar
© Kim Kyung Hoon / Reuters
Persistentes "tradições feudais" e três décadas de rígido controlo da natalidade geraram na China um excedente de 33 milhões de homens, envolvendo o país num drama social de consequências imprevisíveis.
As estatísticas oficiais falam por si: no final de 2014, a China tinha
cerca de 700 milhões de homens e 667 milhões de mulheres e a diferença, à
nascença, era de 115,8 rapazes por 100 raparigas.
Aquela desproporção, que há dez anos atingiu 121 por 100, está a
diminuir, mas continua muito acima da média global de 103 a 107 por 100.
Neste aspeto, a China é mesmo considerada o país mais desequilibrado do mundo.
Em 2020, entre a população dos 25 aos 34 anos de idade, haverá mais
treze milhões de homens do que mulheres, indicam algumas projeções.
Segundo a tradição chinesa, são os pais que transmitem o nome da
família à geração seguinte. O apelido das mães não passa para os filhos.
Criticada pelas
autoridades como "uma reminiscência do feudalismo", a preferência por
filhos do sexo masculino ganhou uma nova dimensão com a política de "um
casal, um filho", imposta no início da década de 1980.
"Tratei várias mulheres que fizeram múltiplos abortos apenas porque
queriam um filho rapaz", contou a ginecologista Lian Fang, citada na
semana passada pela agência noticiosa oficial Xinhua.
Exceto em casos de comprovada "necessidade clínica", os hospitais estão
proibidos de apurar o sexo dos fetos, mas como Lian Fang denunciou, há
médicos "sub-repticiamente" equipados para efetuar esse tipo de exames e
que o fazem às escondidas.
"Se o feto for do sexo masculino, a gravidez continua. Se for do sexo
feminino, normalmente, aborta-se", afirmou a ginecologista na última
sessão anual da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês na
província de Shandong, costa leste da China.
Chai Ling, uma líder do movimento estudantil que ocupou a Praça
Tiananmen em 1989, exilada nos Estados Unidos e convertida ao
cristianismo, fundou uma organização chamada "All Girls Allowed"
("Aceitam-se todas as Raparigas").
"Uma em cada seis raparigas perdem-se anualmente na China através de abortos feitos em função do sexo", diz aquela ONG.
Depois de a homossexualidade ter sido retirada da lista oficial de
"perturbações mentais", em 2001, uma conhecida socióloga, Li Yinhe, tem
defendido publicamente a legalização do casamento entre pessoas do mesmo
sexo, mas o assunto ainda não foi sequer agendado para discussão na
Assembleia Nacional Popular (parlamento).
A escassez de mulheres na China já se converteu também num problema regional, sobretudo no vizinho Vietname.
"De acordo com as autoridades vietnamitas, cerca de 22.000 mulheres e
crianças do Vietname foram traficadas nos últimos dez anos para a China
para casamentos forçados ou outros propósitos", refere um relatório da
UNICEF.
Em 2014, para
tentar contrariar o envelhecimento da sociedade, o governo chinês
decidiu "aliviar" o controlo da natalidade, permitindo que os casais em
que um dos cônjuges é filho único possam ter um segundo filho.
As autoridades esperavam que a nova política suscitasse mais dois
milhões de nascimentos, mas dos cerca de onze milhões de casais naquelas
condições, apenas um milhão se candidatou ao segundo filho.
E, entretanto, o número de abortos praticados nos hospitais chineses continuou a exceder os treze milhões por ano.
Lusa
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