Uma jovem indiana que foi violada em grupo e barbaramente espancada num autocarro em Nova Deli morreu hoje em Singapura, anunciou o hospital onde se encontrava.
O porta-voz, Rajan Bhagat, anunciou a decisão da polícia de processar os seis homens, entretanto detidos, horas após a morte da jovem num hospital de Singapura, e acrescentou que os violadores poderão ser condenados à pena de morte.A vítima da violação coletiva num autocarro em Nova Deli "morreu em paz" hoje de manhã no hospital Mount Elizabeth, em Singapore, acompanhada da família e de representantes da embaixada indiana no país, segundo um comunicado do diretor da unidade de saúde, Kevin Loh.
Ao fim de dez dias num hospital da capital indiana, a mulher foi levada na quinta-feira para o hospital de Singapura, especializado em transplantes multi-órgãos.
Loh disse que a paciente estava em estado extremamente crítico desde quinta-feira e que na sexta-feira piorou, com os sinais vitais a deteriorar-se.
"Apesar de todos os esforços de uma equipa de oito especialistas no hospital Mount Elizabeth para a estabilizarem, o seu estado continuou a piorar nestes dois dias", disse Loh, acrescentando que a vítima sofreu "falência orgânica severa depois de danos graves no seu corpo e cérebro".
A mulher e um amigo, que ainda não foi identificado, regressavam do cinema num autocarro em Nova Deli, na noite de 16 de dezembro, quando foram atacados por seis homens, que despiram os dois, violaram a jovem e atiraram ambos do autocarro, segundo a polícia.
A polícia indiana deteve entretanto seis pessoas por suspeita de envolvimento no ataque, que deixou a jovem com graves ferimentos internos, uma infeção pulmonar e danos cerebrais.
O embaixador da Índia, T.C.A. Raghavan, disse aos jornalistas que os ferimentos eram "muito graves" e acabaram por se revelar "demasiado". Acrescentou que as autoridades estão a fazer preparativos para transferir o corpo da jovem para a Índia ainda hoje.
A violação desta jovem de 23 anos gerou uma onda de protestos na Índia, que se intensificaram com a notícia da morte. Hoje, o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse estar profundamente triste com a morte da jovem, esperando que este caso inspire uma transformação da Índia num local seguro para as mulheres viverem.
O martírio da jovem galvanizou os indianos, com manifestações quase diárias a exigir mais proteção de violência sexual, dos apalpões às violações, que afecta milhares de mulheres todos os dias mas que não é denunciada.
O ataque pôs em destaque as atitudes da sociedade e da polícia em relação às mulheres na Índia. Manifestantes em Nova Deli reclamaram mais protecção para as mulheres e punição mais severa para os violadores.
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