Vários habitantes de uma vila no estado de Jharkand executaram cinco mulheres acusadas de feitiçaria. As autoridades indianas detiveram cerca de 24 “caçadores”
O último julgamento por feitiçaria no mundo ocidental foi realizado em 1944 em Inglaterra, mas noutras partes do mundo as acusações por feitiçaria são ainda lugar-comum. O caso mais recente ocorreu sexta-feira na Índia, numa vila junto à cidade de Ranchi, no estado de Jharkand, onde cinco mulheres foram arrastadas das suas cabanas e mortas à paulada.
“Um grupo de habitantes arrastou as mulheres e bateu-lhes até à morte com paus, acusando-as de praticar feitiçaria”, disse Arun Kumar, agente da polícia de Ranchi, depois de as autoridades locais terem capturado 24 homens que terão estado envolvidos nessas execuções.
O grupo terá usado armas afiadas e paus para agredir violentamente as mulheres, de idades entre os 45 e 50 anos. “Acusaram-nas de causarem doenças na vila e trazer azar à vila”, declarou o inspector da polícia Bandana Bakhla.
O governo da Índia tem tentado pôr fim a todo o tipo de práticas e rituais supersticiosos ou relacionados com o oculto, assim como julgamentos de feitiçaria, mas a população mais rural tem resistido à mudança.
Em 2013, o maior defensor e proponente de uma lei “antimagia negra”, Narendra Dabholkar, foi morto à porta de casa por ativistas que defendiam que a lei que procurava acabar com esses rituais ia contra a religião hindu.
A morte de Dabholkar levou o estado de Maharashtra a adoptar a medida em agosto de 2013, mas autoridades têm tido dificuldade em exercer a lei, devido ao enraizamento das práticas na cultura de muitos sectores da sociedade indiana.
Entre 2010 e 2012, o arquivo criminal da Índia registou cerca de 2100 casos em que pessoas foram mortas por alegada feitiçaria.
“Um grupo de habitantes arrastou as mulheres e bateu-lhes até à morte com paus, acusando-as de praticar feitiçaria”, disse Arun Kumar, agente da polícia de Ranchi, depois de as autoridades locais terem capturado 24 homens que terão estado envolvidos nessas execuções.
O grupo terá usado armas afiadas e paus para agredir violentamente as mulheres, de idades entre os 45 e 50 anos. “Acusaram-nas de causarem doenças na vila e trazer azar à vila”, declarou o inspector da polícia Bandana Bakhla.
Um problema com raízes antigas
A Índia é um país onde o oculto e a superstição ainda fazem parte do quotidiano das populações rurais. Em julho, uma multidão no estado de Assam decapitou uma mulher por feitiçaria. No mesmo mês, um casal e os seus quatros filhos foram queimados vivos em Odisha, pelos mesmos motivos.O governo da Índia tem tentado pôr fim a todo o tipo de práticas e rituais supersticiosos ou relacionados com o oculto, assim como julgamentos de feitiçaria, mas a população mais rural tem resistido à mudança.
Em 2013, o maior defensor e proponente de uma lei “antimagia negra”, Narendra Dabholkar, foi morto à porta de casa por ativistas que defendiam que a lei que procurava acabar com esses rituais ia contra a religião hindu.
A morte de Dabholkar levou o estado de Maharashtra a adoptar a medida em agosto de 2013, mas autoridades têm tido dificuldade em exercer a lei, devido ao enraizamento das práticas na cultura de muitos sectores da sociedade indiana.
Entre 2010 e 2012, o arquivo criminal da Índia registou cerca de 2100 casos em que pessoas foram mortas por alegada feitiçaria.