O turismo sexual envolvendo
menores continua a ser um problema sério em Macau, referem conclusões
apresentadas ontem, em Genebra, de um relatório de especialistas do Comité dos
Direitos da Criança (CDE, sigla em francês).
As conclusões dos peritos
indicam um aumento do tráfico e rapto de crianças para exploração sexual e
laboral em Macau.
“Parece que este problema
está vinculado com os casinos, os quais financiam em grande parte as despesas
do Governo. Os casinos atraem este tipo de negócios, aumentando as
possibilidades para jovens de serem explorados sexualmente”, disse à Agência
Lusa Kirsten Sandberg, presidente do Comité dos Direitos das Crianças, que
abordou a situação das crianças em vários países.
De acordo com a mesma
fonte, geralmente as crianças vítimas deste tráfico provêem de toda a Ásia,
incluindo Macau e continente chinês. A presidente do Comité não exclui a
hipótese de as redes de tráfico destas crianças estarem relacionadas com as
mesmas redes que levam empregadas domésticas das Filipinas para Macau e Hong
Kong.
Por seu lado, Benyam Dawit
Mezmur, vice-presidente do CDE, sublinhou a preocupação daquele organismo com a
alegada conivência de oficiais do Governo com este tipo de actividades, de
acordo com as informações recolhidas junto de organizações não-governamentais.
Segundo a mesma fonte, esta
conivência potencia a impunidade dos responsáveis por estes crimes.
“Informações recolhidas
indicam que o Governo não leva a sério este problema”, acrescentou.
Neste sentido, o comité
recomenda a Macau que procure as causas destas actividades que incluem tráfico
de crianças, exploração sexual de menores, prostituição, turismo sexual, venda
de crianças para adopção, pornografia infantil e pedofilia.
A gravidade do problema tem
de ser avaliada, assim como a identificação de crianças em risco e elaborado um
programa de combate a estas actividades, referem os peritos, nas conclusões do
relatório.
O CDE é um órgão das Nações
Unidas criado com o objectivo de controlar a aplicação pelos países das
disposições da Convenção sobre os Direitos da Criança e dos dois protocolos
desta convenção relativos ao envolvimento de crianças em conflitos armados e à
venda de crianças, prostituição infantil e pornografia infantil.Ponto Final | Outubro 10, 2013
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