Foram
levadas da escola há três semanas. Em desespero, alguns pais, armados
com arco e flechas, entraram pela floresta em busca dos raptores. Das
que conseguiram fugir, ouvem-se relatos de venda como escravas sexuais e
de trabalhos forçados. Serão 220 as adolescentes ainda desaparecidas
desde que uma milícia islamita atacou a sua escola no Norte da Nigéria.
Esta é uma daquelas tragédias que ameaçam passar despercebidas. Mas mesmo que a Nigéria seja longe e o seu norte empobrecido um lugar remoto, ninguém pode ficar indiferente ao sequestro de duas centenas de meninas. Até porque os suspeitos têm nome e um historial de raptos, assassínios e bombas.
O Boko Haram, que numa tradução livre da língua haúça significa "a educação ocidental é pecado", é um grupo islamita ativo desde 2002 e que só nos primeiros meses deste ano terá matado 1500 pessoas. Mostra uma visão obscurantista do islão e um extremismo que faz os talibãs darem ar de moderados. Parece não temer ninguém, apesar de o fundador ter sido morto pelo exército.
Há quem acuse o Presidente Goodluck Jonathan de impotência. Oriundo do Sul cristão, a sua prioridade, como a dos antecessores, é manter os equilíbrios na ex-colónia britânica, independente desde 1960. Mas se a Guerra do Biafra de triste fama foi um conflito étnico, o que se está a passar no Norte da Nigéria ameaça a coexistência entre muçulmanos e cristãos na mais populosa nação africana. Tolerá-lo expõe as fraquezas de um país que até acaba de celebrar a ascensão a primeira economia do continente e que esta semana vai acolher em Abuja, a capital, um fórum económico mundial.
A boa-nova é que a sociedade nigeriana mostra uma admirável vitalidade. Multiplicam-se os protestos junto ao Parlamento a exigir ações para libertar as meninas raptadas a 14 de abril na escola de Chibok. E vários sites exibem um contador dos dias, horas, minutos e segundos passados após o ataque do Boko Haram. Uma forma de pressionar as autoridades a fazer mais do que lamentar-se de que devem ter sido levadas para os Camarões.
Esta é uma daquelas tragédias que ameaçam passar despercebidas. Mas mesmo que a Nigéria seja longe e o seu norte empobrecido um lugar remoto, ninguém pode ficar indiferente ao sequestro de duas centenas de meninas. Até porque os suspeitos têm nome e um historial de raptos, assassínios e bombas.
O Boko Haram, que numa tradução livre da língua haúça significa "a educação ocidental é pecado", é um grupo islamita ativo desde 2002 e que só nos primeiros meses deste ano terá matado 1500 pessoas. Mostra uma visão obscurantista do islão e um extremismo que faz os talibãs darem ar de moderados. Parece não temer ninguém, apesar de o fundador ter sido morto pelo exército.
Há quem acuse o Presidente Goodluck Jonathan de impotência. Oriundo do Sul cristão, a sua prioridade, como a dos antecessores, é manter os equilíbrios na ex-colónia britânica, independente desde 1960. Mas se a Guerra do Biafra de triste fama foi um conflito étnico, o que se está a passar no Norte da Nigéria ameaça a coexistência entre muçulmanos e cristãos na mais populosa nação africana. Tolerá-lo expõe as fraquezas de um país que até acaba de celebrar a ascensão a primeira economia do continente e que esta semana vai acolher em Abuja, a capital, um fórum económico mundial.
A boa-nova é que a sociedade nigeriana mostra uma admirável vitalidade. Multiplicam-se os protestos junto ao Parlamento a exigir ações para libertar as meninas raptadas a 14 de abril na escola de Chibok. E vários sites exibem um contador dos dias, horas, minutos e segundos passados após o ataque do Boko Haram. Uma forma de pressionar as autoridades a fazer mais do que lamentar-se de que devem ter sido levadas para os Camarões.
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