“Como instituição da Igreja, uma universidade católica deve ser clara nas suas posições. Tem de respeitar a autonomia da esfera política, se espera que a espera política respeite a autonomia académica”, diz. Com excepção de certas “situações limite”, não intervir é a norma, sublinha.
Para o reitor, é ténue a linha que divide a responsabilidade institucional e o respeito pela convicção pessoal. “Quando é que um funcionário de uma instituição como a USJ, no exercício das suas legítimas opções como cidadão, começa a alterar significativamente a percepção da identidade e opções dos restantes funcionários, da instituição ou até da Igreja como um todo? É difícil dizer”, avança. Estas situações, que tanto têm que ver com percepção, “são obviamente condicionadas por circunstâncias locais”. “O que é normal e institucionalmente irrelevante na Europa ou nos Estados Unidos, por exemplo, não o é necessariamente na China”, diz o reitor.
As questões financeiras pesaram, admite Stilwell, mas foram “uma perturbação menor”. A imagem foi o valor supremo: “Como é que uma universidade católica se posiciona em Macau de modo a manter-se fiel a uma tradição de 400 anos de valores humanistas, e é percepcionada dessa forma pela comunidade local – e não como um porto de abrigo para interesses estrangeiros ou lutas políticas?”.
Peter Stilwell salienta novamente que a decisão de despedir Sautedé foi sua e que o académico não teve qualquer culpa, “excepto de se manter fiel às suas convicções”. O reitor lembra ainda que o professor não foi sujeito a nenhum processo disciplinar.
Sem comentários:
Enviar um comentário