A
palestra do historiador Frank Dikötter terá sido a gota de água. Depois
disso, Éric Sautedé perdeu o cargo de organizador de eventos
académicos.
Éric Sautedé deixou de ser o responsável pela organização de eventos académicos na Universidade de São José depois de uma palestra com o historiador holandês Frank Dikötter sobre a revolução chinesa.
A conferência foi sugerida por Sautedé e inicialmente aceite pela instituição. A palestra estava marcada para 3 de Abril deste ano, no entanto, o PONTO FINAL sabe que a poucos dias de acontecer, esteve perto de ser cancelada devido a pressões externas – as fontes contactadas pelo PONTO FINAL não foram unânimes na identificação destas pressões. Apesar do impasse, a conferência de Dikötter avançou, já que o convite ao historiador estava feito, tinham sido enviadas as notas de imprensa e seria difícil cancelar o evento em tão pouco tempo. Ainda assim, a promoção à conferência foi suspensa.
A palestra decorreu com normalidade conseguindo atrair público e cobertura jornalística. Contudo, depois da sua realização, o professor Éric Sautedé perdeu o cargo de organizador de eventos académicos.
A palestra de Dikötter centrou-se no seu último livro “A tragédia da libertação” sobre a revolução chinesa. Em Macau, o historiador holandês defendeu a sua tese de que os primeiros anos do comunismo chinês foram marcados pela violência sistemática. “Mao quebrou todas as suas promessas” e foi assim que conseguiu controlo absoluto, disse. O investigador defendeu que a reforma agrária foi um acto de violência em que a maioria das pessoas foi incitada a denunciar um pequeno grupo de pessoas. “Foi um pacto selado com sangue entre o povo e o partido. A fundação da República Popular da China está escrita em sangue”, afirmou.
Recorde-se que o Presidente Xi Jinping já defendeu que a negação das conquistas da revolução é negar as conquistas do partido comunista chinês.
Até à hora de fecho desta edição, não foi possível chegar à fala com o reitor Peter Stilwell.
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