Romance: Tentação da Serpente


Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.

"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.

24 junho 2014

Éric Sautedé perde emprego por intervenção política (ou da Igreja?)

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Censura política ou religiosa?

O professor de Ciência Política Éric Sautedé vai sair da Universidade de São José. O comentário político que o académico faz junto dos meios de comunicação social de Macau desagrada à Universidade, que considera incompatível com os princípios da Igreja – a São José é uma instituição de ensino superior católica.

O afastamento do professor de Ciência Política foi confirmado pelo reitor da universidade, Peter Stilwell: “Trata-se de clarificar as águas. Há um princípio que preside à Igreja de que não intervém no debate político dos locais onde está implementada”.

Segundo explicou o reitor, o contrato de Sautedé, que termina a 12 de Julho, “foi dado como terminado”, não sendo, portanto, renovado. O docente não quis comentar o caso, mas informou que o seu contrato é sem termo e que teria de ter rescindido.

O reitor não esclarece se a universidade recebeu indicações do Governo ou da Igreja para tomar esta decisão, classificando essa informação como “uma questão interna”, mas garantiu que “a decisão é da exclusiva responsabilidade da universidade”.

“Se há um docente com uma linha de investigação e intervenção pública [política], coloca-se uma situação delicada. Ou a reitoria pressiona e viola a sua liberdade, ou cada um segue o seu caminho”, explica Stilwell.

O reitor esclarece ainda que este foi o culminar de um “processo longo em que foi dado a entender ao Dr. Éric que a situação era cada vez mais delicada para a universidade”. O académico não terá, no entanto, alterado a sua postura.

Stilwell não encontra contradição no facto de a universidade leccionar Ciência Política e não admitir debate sobre a governação de Macau. “Pode-se estudar os vários sistemas políticos ou a Lei Básica, mas não intervir na actual governação. É uma fronteira difícil de delinear, entre o comentário político e o académico”, diz. “Falamos de um docente que está há sete anos na universidade, não completou o seu doutoramento e está a colocar a universidade numa situação delicada. Temos de ver o modo como a universidade é percepcionada”, acrescenta.

O PONTO FINAL sabe da existência de pelo menos duas petições de apoio a Éric Sautedé: uma a circular entre os professores da universidade (não é certo se para entregar ao Governo ou à própria direcção da São José) e outra promovida por um grupo de católicos endereçada ao Bispo de Macau, pedindo a sua intervenção.

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