Romance: Tentação da Serpente


Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.

"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.

23 novembro 2013

“Escravatura moderna” em Hong Kong

É assim que a Amnistia Internacional qualifica a situação de muitas empregadas domésticas na região vizinha. O título do estudo apresentado por aquela organização é elucidativo: “Exploradas pelo lucro”.
 
A Amnistia Internacional (AI) qualificou ontem de “escravatura moderna” a condição em que vivem e trabalham milhares de empregadas domésticas em Hong Kong.
As jovens são exploradas pelas agências de recrutamento atraídas pela promessa de altos salários, afirma a organização de defesa dos direitos humanos no mais recente relatório publicado na antiga colónia britânica.
 
Na realidade, refere a AI, as jovens mulheres vêem-lhes confiscados os seus documentos de identificação e são-lhes extorquidas avultadas somas por essas mesmas agências pelas suas indignas condições de trabalho.
 
O estudo, sob o título “Exploradas pelo lucro”, assinala como as agências de recrutamento restringem a sua liberdade de movimentos, recorrendo ao uso de violência física e doméstica, submetendo-as a longas jornadas de trabalho ou limitando-lhes a comida.
 
Segundo o relatório, a maior parte das mulheres entrevistadas afirmou que os seus documentos de identificação se encontram nas mãos das agências ou das famílias que as contratam, enquanto um terço disse não ter autorização para sair das casas para as quais trabalham.
 
“A partir do momento em que as mulheres aceitam assinar o contrato para trabalhar em Hong Kong, ficam presas numa rede de exploração que, em alguns casos, se assemelha à escravatura moderna”, sublinhou Norma Kang Muico, especialista de direitos dos imigrantes da Ásia-Pacífico, à Amnistia.
 
Segundo os dados da AI, uma em cada três inquiridas não tem autorização para sair da casa do patrão e inúmeras afirmaram sofrer de fome, de longas jornadas de trabalho – em média 17 horas por dia –, sem um dia de descanso, subsistindo com salários miseráveis.
 
Há ainda vários relatos de violência – psicológica ou física, incluindo abusos sexuais – de acordo com o relatório da AI, que inclui depoimentos.
“Bateu-me por trás e arrastou-me para o quarto. Fechou-me à chave e continuou a agredir-me e a dar-me pontapés. Acabei com marcas no corpo todo e a sangrar”, disse à AI uma das vítimas maltratadas pela família que a contratou.
 
Outra vítima, de 26 anos, proveniente de Jacarta, maltratada fisicamente com regularidade, contou um dos episódios: “Uma vez a dona da casa mandou os dois cães morderem-me enquanto ela filmava com o seu telemóvel. Fui mordida uma dúzia de vezes. Ela não parava de ver [o vídeo] e de se rir”.
O relatório acusa a Indonésia e Hong Kong de passividade relativamente ao dossier.
 
O estudo tem por base entrevistas realizadas a 97 empregadas domésticas indonésias, cujos resultados foram cruzados com os de uma sondagem levada a cabo pela União de Trabalhadores da Indonésia, a qual contou com uma amostra de aproximadamente mil mulheres.
 
Actualmente, Hong Kong conta com cerca de 300 mil empregadas domésticas, a maioria das quais oriundas da Ásia, sobretudo das Filipinas e da Indonésia.

Ponto Final | Novembro 22, 2013

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