Romance: Tentação da Serpente


Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.

"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.

26 junho 2014

“Circunstâncias locais” ditaram despedimento de Sautedé

Inês Santinhos Gonçalves
“São ossos do ofício”, diz Peter Stilwell. O despedimento do professor Éric Sautedé foi ontem justificado pelo reitor em comunicado aos restantes trabalhadores e alunos da Universidade de São José (USJ). Stilwell volta a falar da defesa da percepção pública da universidade e afirma que a decisão está intimamente ligada às características da China e de Macau e à relação que têm com a Igreja.

“Como instituição da Igreja, uma universidade católica deve ser clara nas suas posições. Tem de respeitar a autonomia da esfera política, se espera que a espera política respeite a autonomia académica”, diz. Com excepção de certas “situações limite”, não intervir é a norma, sublinha.

Para o reitor, é ténue a linha que divide a responsabilidade institucional e o respeito pela convicção pessoal. “Quando é que um funcionário de uma instituição como a USJ, no exercício das suas legítimas opções como cidadão, começa a alterar significativamente a percepção da identidade e opções dos restantes funcionários, da instituição ou até da Igreja como um todo? É difícil dizer”, avança. Estas situações, que tanto têm que ver com percepção, “são obviamente condicionadas por circunstâncias locais”. “O que é normal e institucionalmente irrelevante na Europa ou nos Estados Unidos, por exemplo, não o é necessariamente na China”, diz o reitor.

As questões financeiras pesaram, admite Stilwell, mas foram “uma perturbação menor”. A imagem foi o valor supremo: “Como é que uma universidade católica se posiciona em Macau de modo a manter-se fiel a uma tradição de 400 anos de valores humanistas, e é percepcionada dessa forma pela comunidade local – e não como um porto de abrigo para interesses estrangeiros ou lutas políticas?”.

Peter Stilwell salienta novamente que a decisão de despedir Sautedé foi sua e que o académico não teve qualquer culpa, “excepto de se manter fiel às suas convicções”. O reitor lembra ainda que o professor não foi sujeito a nenhum processo disciplinar.

Sem comentários:

Enviar um comentário